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domingo, 27 de março de 2011

Villa Vainilla






A baunilha é uma das minhas especiarias favoritas, seu aroma me remete a muitas coisas boas. Para mim ela é o mais puro conceito de confort food. Eu sabia que a baunilha vinha de uma orquídea, que todo processo de fertilização era feito à mão, e que por isso, além de ser uma das especiarias mais apreciadas no mundo, é também uma das mais caras. (Gente, estou falando da baunilha de verdade, não aquele xarope horroroso que se vende por aí e que deixa tudo com gosto de bolo oetker).

Mas, esses dias tive a oportunidade de ver in loco uma fazenda de cultivo de baunilha, ainda por cima, orgânica!!! Que alegria!

A Villa Vainilla é uma fazenda sustentável, com certificação orgânica e biodinâmica, que produz também cacau, pimenta da jamaica, pimenta do reino e canela ceylon, sob o nome comercial de Rainforest Spices. Fica a uns 12 Km de Quepos, na Costa Rica. O tour é muito interessante e sensorial, a fazenda é lindíssima, e além das plantas mencionadas existem muitas plantas ornamentais, já vale a pena só pelo paisagismo. A diversidade de plantas e animais que compõem a fazenda ajuda a evitar desgastes no solo e previne pragas.

Nossa guia Gisele iniciou o tour nos explicando um pouco sobre a história do cacau e da baunilha, e nos mostrou como eles eram processados, uma vez colhidos. Nos falou da pimenta do reino, que a branca e a preta são originadas na mesma planta, mas a preta é secada ao sol com casca, enquanto a branca é submersa em uma lagoa, onde peixes e microorganismos comem a casca, para depois ser secada ao sol.

Esteiras onde as especiarias são secadas ao sol


E nos mostrou a canela Ceylon, a verdadeira canela, bem diferente da espécie cassia, que normalmente consumimos. A ceylon é menos utilizada comercialmente por ter mais baixa produtividade e pesar menos ( a canela é vendida por peso, logo a ceylon rende menos) .Mas o aroma e o sabor são melhores, ela é bem mais adocicada, como pudemos comprovar.

A Ceylon e o almofariz onde ela é moída. Por lá tudo é feito manualmente mesmo.

Giselle demonstrando como são extraídas as ramas da ceylon

Logo fomos visitar a plantação, que é toda intercalada, como falei antes. Mas antes fizemos uma parada na área onde é feita a compostagem, para adubar as plantas. A primeira planta que vimos foi uma árvore de cacau. Giselle nos explicou que o cacau dá o ano inteiro, mas é mais abundante na época de chuvas. Só vimos uma frutinha, mas haviam várias flores, e cada flor se transforma em uma fruta. Em breve a árvore estará carregada...


Flor de cacau

Passamos, então, para as baunilhas. Cada flor de baunilha abre somente uma vez, das 6 até as 10 da manhã, e depois da origem à vagem de baunilha. Após a flor abrir, demora aproximadamente 9 meses para colher a vagem, que ficará em sacos plásticos, curando, durante mais uns dois meses, para depois secar ao sol. E, como foi dito antes, a polinização é toda manual. Tá explicado porque é tão caro...


Flor de baunilha


Vagens de baunilha

Giselle também nos mostrou árvores de pimenta, de algodão, pimenta da jamaica e outras plantas ornamentais. Depois passamos pelo laguinho onde a pimenta branca fica submersa e nos dirigimos par aum mirante, onde degustamos uma cheesecake de baunilha, sorvete de canela e de baunilha com cookie de cacau e o chocolate da maneira como era consumido pelos ancestrais: diluído em água. Provamos de duas meaneira: com pimenta e canela, como os maias consumiam (a bebida dos deuses) , e com baunilha, como era consumida pelos ancestrais na Costa Rica.



Após o tour passamos pela lojinha onde podem ser compradas as especiarias. Quem tiver interesse pode entrar no site da Villa Vainila, que eles enviam as especiarias para o exterior.





Um comentário:

  1. Nossa, que coisa mais legal de se fazer! Adoraria poder fazer ou tour desses! Também amo a baunilha (de verdade). Tenho umas que comprei no México, também muito legais!
    Beijos, gurias!

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